quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mas que Deus é este em que eu acredito?!

Há dias em conversa com o meu amigo padre, perguntava-lhe isto mesmo... mas que raio de Deus é este em que eu acredito?!
Explicava-lhe que nunca tivera grandes questões que me afastassem da Igreja Católica e mesmo nas questões com as quais não concordo, acho que são coisas terrenas e que em nada entram em conflito com aquilo em que acredito. Sempre andei na catequese e participei no dia a dia da minha paróquia.No entanto, há 6 anos, essa realidade mudou. Uma grande amigo foi brutalmente assassinado e morreu. A última vez que nos vimos foi numa tremenda coincidência (às vezes pergunto-me se terá sido a maneira que Deus arranjou para me despedir dele) e combinámos um café na semana seguinte para falarmos com calma. Esse café nunca chegou a acontecer. Com a Sua morte, a minha distância de Deus foi inevitável... para mim, o Deus em que acreditava não deixaria um filho Seu morrer assim... Na altura, procurei respostas mas não as encontrei. Deus leva os bons para junto d'Ele, São os desígnios de Deus ou Deus sabe o que faz são respostas que não me satisfazem.
Durante esse ano afastei-me um pouco de Deus, sem me afastar da Igreja... continuei a dar catequese e em todas as outras actividades da minha paróquia... no fundo, eu sentia a necessidade de continuar ali. Nunca deixei de acreditar em Deus, estava apenas revoltada com Ele. Queria afastá-Lo mas sentia-O presente na minha vida. Não tenho outra forma de explicar isto, porque de facto era mesmo uma luta que eu tinha comigo e com Deus.
Sempre tive Deus como O Melhor Amigo, Aquele que está sempre lá, que tudo pode, "A Deus nada é impossível" e, para mim, este Deus tinha-me falhado.
E não compreendia as pessoas que, com a morte de alguém próximo, se aproximam da Igreja. Eu sentia como se um amigo me tivesse traído.
Passado um ano, senti uma grande necessidade de me reaproximar de Deus e todos os dias ia à missa... refugiava-me um bocadinho ali.
Acho que consegui alguma coisa, mas não foi o suficiente. Passados estes anos, comecei a sentir-me mais próxima, mas este era um trabalho ainda incompleto e que eu não sabia muito bem como o continuar...
O meu amigo padre está de férias. Estava a ajudar-me nesta aproximação e estava a dar frutos. Dizia-me ele para ser forte, que  também imagina um Deus que cobre a face com as grandes mãos para chorar quando isso acontece... Que a nós cabe-nos trabalhar e viver para que isso nunca aconteça...
Amigo Padre (aqui não te posso tratar pelo nome!) sei que agora que a minha relação com Deus estava novamente no bom caminho, veio mais uma provação... Não sei se me conseguirás ajudar desta vez. Mas sei que vais tentar. És dos poucos que me restam... Não desistas. Eu prometo que vou tentar.


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